mais que meu primo, meu irmão
sempre juntos, nas ideias, nas confusões, nas resenhas, na galera.
e essa dedicatória é pra uma pessoa única, adorada por todos
Felipe, é nois! rock nas véia!
Era semana santa, eu e um grupo de amigos tínhamos combinado de nos encontrar em frente a uma igreja chamada Catedral, em Palmeira dos Índios, para acompanhar a procissão de corpus Christi, que sai dessa igreja e vai até ao Cristo do Goiti (uma serra) às três horas da madrugada. Chegando todos lá e acompanhando a procissão, uma parte do grupo quis se dividir e subir a serra a tempo de ver o nascer do sol, pois a procissão estava muito lenta e não daria tempo de ver o nascer do sol na serra, nesse grupo que quis se dividir estava eu e mais alguns amigos. Subimos a serra a pé, chegamos lá no topo e o céu começou a ficar alaranjado, estava nascendo o sol, aproveitamos pra ver esse cenário lindo e tiramos algumas fotos, depois fomos lanchar e esperar o grupo que preferiu acompanhar a procissão.
Por volta das cinco e meia da manhã estavam todos reunidos e um garoto, cujo nome me esqueci, disse “vamos olhar uma cachoeira que tem aqui perto?”, todos do grupo se animaram e lá fomos nós rumo a tal a cachoeira. Andamos, andamos, andamos... e nada de chegar a cachoeira, olhávamos para trás e só víamos as serras fazendo zig zag, passamos por um monte de vilarejos e em um deles eu vi uma construção que parecia mais uma igreja, mas tenho dúvidas disso porque a formato da construção lembra algo do tipo barroco e um pouco de bruxaria também, a comida e a água acabaram, no caminho só tinha uma estrada de barro, um sol quente, animais mortos, as serras fazendo zig zag, e um grupo de amigos procurando uma cachoeira. O grupo se dividiu mais uma vez porque uma parte estava muito cansada e não conseguia mais andar com o pique de antes, nesse grupo estava eu, Ana, Luciel, Luan (irmão de Luciel), João, Pequeno (irmão de João), Pâmela e outro garoto que não lembro o nome (sou péssima para lembrar nomes, vocês devem ter percebido isso), chegamos a outro vilarejo João e Pequeno desistiram de ir em frente e decidiram voltar, pois eles iam viajar e estavam com medo de não chegarem a tempo e perder o carro, a sorte deles foi um rapaz que ofereceu uma carona de bicicleta (até hoje me pergunto como aquela bicicleta agüentou eles três, e fico impressionada por ainda existir pessoas de bom coração que ajudam as outras sem nem ao menos conhecê-las). Nós continuamos nossa caminhada e mais na frente encontramos o pai de Luciel e Luan, foi uma surpresa tê-lo encontrado ali, e isso foi tido como um milagre pra gente (pode parecer exagero, mas podem ter certeza que não é, porém isso vocês saberão no final dessa aventura), o pai deles nos chamou e ofereceu vinho, aceitamos de tanta sede que estávamos e aproveitamos para encher o cantil da Pâmela e tomar no restante do caminho. Perguntamos se estávamos perto da tal cachoeira, todos que estavam lá olharam para nós com pena (aliás, todas as pessoas que fizemos essa pergunta nos olharam com pena) e disseram que ainda faltavam alguns quilômetros, eu quase morri quando ouvi isso! Mas não desistimos, seguimos em frente a acabamos com o vinho hehehe, mais na frente encontramos o outro grupo descansando, nos juntamos a ele. Andamos mais alguns quilômetros e quase todo mundo já tinha perdido a esperança de ver a cachoeira, pois já fazia umas sete horas que estávamos andando, além da fome a sede também aumentava parecia mais um reality show, chegamos ao ponto de pegar frutas de algumas árvores que estavam no caminho e mais na frente encontramos uma casinha onde pedimos água, sabe aquela água com gosto de chuva? foi exatamente esse tipo de água que bebemos, quando descia garganta abaixo sentíamos o gosto de alguma coisa que não sei descrever, mas era água e matava a sede que sentíamos, então bebemos e agradecemos por ter aquela casa e aquela água.
Seguimos nosso caminho e finalmente, por volta das 12:00h, chegamos a cachoeira, ela existiaaa uhuuu!!! Fizemos a festa, lá era tipo uma área de lazer ao ar livre, uma cachoeira linda, e tinha uma casinha que funcionava como um barzinho. Lá tinham outras pessoas também e uns carros contratados por elas para levá-las e trazê-las. Aproveitamos bastante, tiramos muitas fotos, e fomos matar a fome nesse barzinho, mas desistimos de pedir um almoço porque era muito caro e estávamos meio desprevenidos, então juntamos um pouco do que tínhamos e conseguimos comprar alguns pacotes de biscoito e pipoca e dois refris, e assim se foram mais de vinte reais, foi um assalto! Aproveitamos as garrafas dos refris para colocar água, a mesma água daquela casinha, mas não tinha outra então foi nossa única opção e seguimos de volta para a serra do Goiti, mas antes que saíssemos da cachoeira todo mundo percebeu o caminho de volta e a coragem de voltar se foi, daí começamos a subornar aqueles carinhas dos carros contratados, mas não teve acordo porque eles não quiseram levar a gente. O jeito foi voltar a pé mesmo, no sol de uma hora da tarde. Andamos, andamos, andamos, dessa vez todo mundo morto de cansaço e o pior, sabendo o que estava por vir... Um imenso caminho de volta, a água acabou em questão de minutos, ninguém mais agüentando andar, uns se apoiando nos outros, os meninos tiraram as camisas por causa do calor, e as meninas sofreram porque nem isso podiam fazer, desejamos ser garotos naquela hora... Eu acabei colocando o casaco que tinha levado na madrugada na cabeça para proteger do sol, Ana vestiu o casaco dela porque a pele já tava queimando, ela começou a passar mal e quase desmaiava, mais na frente já era insuportável continuar andando, até que... O milagre aconteceu!!! Luan disse “oushe?!! O carro do meu pai!!!”, encontramos em outra casa o pai de Luciel e Luan, demos graças a Deus por ele estar ali, pois apareceu do nada novamente e pediu para um rapaz levar a gente até a serra.
Primeiro foram as meninas e Luan, à medida que o carro avançava ficamos admirados com o caminho que havíamos percorrido e que ainda teríamos que percorrer se não fosse o pai de Luciel e Luan. Chegamos a serra e o rapaz voltou para pegar os meninos que ficaram lá. Na serra do Goiti, o celular de Luan toca e quando menos espero ele me entrega dizendo que é uma mulher, eu atendi e era a mãe da Ana desesperada gritando “VOCÊS TÃO AONDE??? JÁ SÃO TRÊS HORAS DA TARDE!!! TRAGA ANA IMEDIATAMENTE PRA CASA!!!” (detalhe: ela não conhecia Luan e ligou para minha mãe pedindo o número de alguém que poderia estar conosco, minha mãe, por sua vez, ligou pro meu ex-namorado que é amigo de Luan pedindo o número dele e passou para a mãe da Ana). Logo em seguida o celular de Luan toca novamente e ele me passa dizendo que é minha mãe, eu atendi e ela super brava diz “VOCÊ TÁ AONDE???”, eu respondi “to aqui na serra”, ae ela fala “EU E SEU PAI ESTAMOS NA ENTRADA DA SERRA, DESÇA AGORA!!!”, eu, com a cara mais lisa do mundo disse “ÔôÔÔôÔô maaainha, sobe até aqui, a gente ta morta já”, e ela disse “VOCÊ VAI DESCER A PÉ E SE APRESSE PORQUE VOCÊ SÓ TEM CINCO MINUTOS”. Aí eu me desesperei, só disse “tchau Luan” e desci correndo a serra arrastando Ana que tava quase desmaiando já, ao chegarmos no início da serra encontro meus pais rindo da minha cara, dizendo que estavam brincando e então começaram a puxar assunto perguntando como foi lá e tudo mais.
Resultado, andamos mais de 17 km, quase morremos de sede, fome e cansaço, levamos várias broncas por ter saído às três da manhã e voltado lá pra perto de quatro da tarde sem dar notícia, minha mãe quase bota a polícia atrás de mim, e hoje a gente diz “VALEU A PENA TER FEITO TUDO ISSO PORQUE FOI ÓTIMOOO, E COMEÇAMOS A DAR RISADA DE TUDO O QUE ACONTECEU”. =D
( By: Carol)